Me dê dois parágrafos. Eu explico. Garanto já duas coisas: que não é o que você está pensando, e que você vai concordar comigo que é mesmo melhor desistir de aprender inglês.
Existem tarefas que propomos a nós mesmos que se provam, com o passar do tempo, quase desumanas. Por que? Porque são pesadas demais, grandes demais, e por que se mostram frustrantes demais. Tarefas como “emagrecer”, “ fazer exercícios físicos”, “para de fumar”, “aumentar a receita/ganhar mais dinheiro”, enfim, todas essas descrições do que fazer que vem assim, sem limites, o pacote inteiro, colossal, difícil, frustrante. Entendeu agora? “Aprender inglês” é muita coisa.
O que fazer, então? A solução para todas essas descomunais tarefas é quebrá-las em partes táteis, visuais, mensuráveis. Quer parar de fumar? Não fume o próximo cigarro. Apenas isso. Emagrecer? O doce da sobremesa de hoje, não coma. Só esse. A batata frita do happy hour de hoje, recuse. As caminhadas três vezes por semana? Não, não. Caminhe hoje, 15 minutos.
Aprender inglês é muita coisa. E se você pensar bem, nem ao menos é uma coisa que existe. Porque quando estudamos inglês, aprendemos uma palavra hoje, uma expressão amanhã, uma pergunta e uma resposta na aula seguinte, e assim por diante.
Todas essas tarefas grandes demais são, na verdade, a soma de pequenas tarefas. É só mudar o olhar e, portanto, a perspectiva.
Desista de aprender inglês. Aprenda uma palavra, uma pronuncia, uma estrutura. Cada uma de uma vez. Determine-se a uma expressão por dia, em um assunto que lhe encante. Assista a um vídeo com as legendas e selecione uma frase para repetir muitas vezes. Anote-a. Descubra uma palavra que quer muito saber como se diz, procure e aprenda essa palavra. Faça uma coisa de cada vez, todos os dias. Isso, somado a estratégias importantes para ajustar expectativas e realizações – o que você deve esperar conseguir e o que você vai conseguir fazer – vão entregar um resultado muito maior do que a pesada – e muito pouco inconcreta – imposição de “aprender inglês.”