Nosso inglês cheio de erros ou o efeito “feijão no dente”

Tem coisa mais embaraçosa do que feijão no dente? Estritamente, sim, muitas coisas, mas como alegoria, assim, para ilustrar aquela sensação de inadequação, não, não existe. Até nos olharmos no espelho ou, como é pouco provável olhar-se no espelho sem motivo, até alguém nos avisar, exibimos, inconscientes, aquele feijão. Mas aí é que está – ninguém avisa. A comparação é didática: com o inglês problemático é assim também. Nos escutam, tentam nos entender, mas não nos avisam quando percebem que nossa comunicação deixa a desejar.

E sabemos: esse efeito feijão no dente ameaça nossa imagem profissional.

Trabalho há pelo menos 20 anos com avaliação de conhecimentos de línguas estrangeiras, com foco principal no inglês. Nos últimos 15 anos conduzi avaliações online, entrevistas e correção de redações de candidatos a vagas com exposição internacional. Avaliei equipes, avaliei empresas inteiras. Meu sistema de testes tem mais de 4000 usuários. É duro de dizer, mas tem sido erros demais. Erros que, feijãonodentemente, estão representando nossa atuação profissional junto aos nossos interlocutores internacionais.

Agrava-se a situação quando constatamos que as aulas tradicionais – aquelas das quais desistimos e que recomeçamos, de novo e de novo – abordam a comunicação, e não a consciência dos erros e sua correção.

A palavra chave é consciência: do que fazem as palavras e de como se organizam, dos tipos de sons, dos contrastes entre as línguas, do que, afinal faz diferença saber. Porque a consciência é  requisito para a mudança. Mudança sem consciência é como colocar a lixeira cheia em outra parte da sala, sem esvaziar.

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Há anos experimento os benefícios de ser consciente das palavras. Obcecada com essa habilidade e desfrutando dos caminhos que ela abre, organizei seus princípios no processo de Conectação. A Conectação permite que mais e mais profissionais tornem-se conscientes do funcionamento das palavras. Qual o objetivo? Que saibam corrigir-se, sozinhos, independentes. Que saibam fazer escolhas e que se apropriem – de verdade – da comunicação que produzem. Funciona para português como desenvolvimento. Funciona para inglês como um atalho. É conhecimento imediato e insuspeitado.

A palavra de ordem é conectagir: agir para conectar. Ah, e claro, sorrir.

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