Antes de parecer presunção escrever um título na terceira pessoa, explico: tenho me deparado com uma infinidade de pessoas que se autointitulam coach – ou, por equivoco, “coaching”, uma vez que a primeira palavra representa o profissional e a segunda, a prática. Apropriam-se, enfim, de um termo amplamente utilizado nos últimos anos e que, na minha opinião, acaba perdendo a força e caindo na vala comum.
Mesmo que, na assepsia da palavra, o termo coach possa ser aplicado para aquele profissional que utilize ferramentas de para treinar e educar, contribuindo para o desenvolvimento pessoal ou profissional do indivíduo, o que vemos por aí é o emprego exacerbado da palavra para designar qualquer pessoa que faça qualquer tipo de trabalho, em detrimento de estar ou não desenvolvendo habilidades nos seus treinandos ou coachees.
Então, vejo alguém que é coach de moda (mostrando o que é certo ou errado no mundo fashion), de malas (arrumando-as para viagens), de armários (organizando-os) e até mesmo de sexo (bom, aqui não saberia dizer exatamente como funciona).
Dessa forma, percebo-me há tantos anos peregrinando num caminho onde consigo conduzir meus pupilos a um processo de aprendizagem efetiva, que permite uma conexão profunda e permanente coma outra língua, que chego a conclusão que não posso mais chamar de o que faço. Assim, permito-me usar um outro nome, um neologismo, seja para me diferenciar, seja para expressar da maneira mais clara possível o que faço em meu trabalho: a conectação.
A conectação – ação de conectar – mostra que existe uma relação entre nossos conhecimentos intuitivos da língua (gramática intuitiva) e aquilo que precisamos saber para entender como uma língua funciona, sua gramática.
Mas a verdade é que a nossa relação com a palavra tem a mesma origem. A forma com a qual nos relacionamos com ela, de um jeito ou de outro, existe em qualquer língua que falamos. Para todos nós, falantes do português brasileiro, é um mundo novo, pois nossa relação com a nossa língua ainda é muito inconsciente. E de um modo geral, é muito comum não pensar ao falar. Apenas focamos no que falamos, mas nunca – ou raramente – no como (a forma). Acontece que ao ativar a consciência da forma, do como falamos, abrimos um mar de possibilidades.
Assim é a linha de condução do meu trabalho, ou a base do que eu faço: muito útil tanto para aprender ou aperfeiçoar o inglês – nossa imprescindível comunicação com o mundo – quanto para estabelecer um jeito de se comunicar melhor entre nós, brasileiros.
Esse é um trabalho diferenciado: acionar a consciência latente de como unimos as palavras em uma língua: como elas são, de que tipo, o que as caracteriza, como se formam, que usos são mais alinhados com nosso pensamento e assim resultam em uma ação conforme. Que estratégias temos para fazer isso na outra língua, no caso, o inglês?
A conectação promove uma visão geral, um domínio e uma quebra de código, pois é possível entender e decodificar o mecanismo da gramática intuitiva em qualquer língua. Esse é o momento da conectação. Eu sou a conectagente. Você pode ser o conectante, se quiser.